Somos um tudo
que se refez
numa forma sem forma
num vazio aparente
de um transbortar ardente.
Somos olhares
silêncios
vontades de um
primeiro beijo.
Toque, cheiro
a tua mão apertando a minha pele
me desejando
me pressionando
me perfurando
como mulher.
Do confronto de línguas
o encontro
do desejo de nos termos.
Tudo nos impede, nos repele
menos nossos
pensamentos.
O desejo não se fez em toques
nem palavras
mas em silêncios.
Aos outros, um nada
uma curiosidade.
Aos gestos, um tudo:
fogo no peito
ventania na sala
vinho derramado
tapete molhado.
Quero acordar ao seu lado.
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