terça-feira, 6 de outubro de 2009

Risco

O abraço é pequeno espaço de risco.
Há uma mancha no salão
uma macha vermelha
penetrando
dilacerando
o desejo alheio.

É vermelha a dança
o cabelo solto se espalha pelo corpo
além dele.
Joga Repele
dilacera as machas vermelhas
desbrota e desmancha
a rosa
ardente.

Não tem roxo nem verde neste salão
há flechas jogadas
verdades faladas
sem traições.

O amor não existe
só a atitude impera
resplandece
o desejo exarcebado
dentro da carne
suada.

Lá a vontade é entrega discursada
aqui a cicatriz é lema
a se afirmar.
Agora,a pele pede água
e não sangue a brotar.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Insustentável não ser

A entrega foi um sonho que um dia acreditei...

Olhei-te tantas eternas vezes
que minha infeliz
memória não consegue
registrar.

Se quando fecho os olhos
sinto o espaço em mim aumentar
Em mim tenho a ti
pra me fazer sonhar.

Fora, me negaste
qualquer mostra do sentir.
Esconde o teu saudoso segredo
de querer me amar.

Não quebres amor, não te corte
não vou deixar a tua fuga te machucar.
O silêncio é testemunha dessa troca sem tocar.

O resto...é presente
ausente corpo a me tocar.
O resto...é fuga sem rumo
para não deixar de te respeitar.

O agora é segredo desse eterno não tocar.
O que fica é sorriso, álibi inimigo
desse eterno não falar.

Tantos talvez...
Tantos se...
Tantos silêncios...
Tantos medos de ferir.

O passado é barreira
de um presente ausente
de ser vivido.
O futuro é espera
de um nada construído.