segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Não, não vale...

Não vale mais o mundo vil em que vivo.
Criei um mundo pelos olhos
e quero tirá-los quando me incomodo de ver.
Não, não vale tudo por amor...
Porque tudo não cabe no amor.
O amor é simples
não possui nada.
Amor não tortura.
Amor não mata.
Minto.
Mata, sem matar
Mata, por fazer nascer
por fazer você não ser somente você.
Eu gostaria de saber o que sou...
Ou das quantas das quais eu sou, qual delas eu gosto mais.
Um ser com nome pouco pronunciado
e com muitos pré-nomes criados,somente agrada um pouco.
Na verdade, o que eu sou, eu escuto muito pelos outros
mas o que o outro vê, sempre parece-me
ser um ser de ninguém...
E apesar disso,este ninguém ainda tem escrupulos de vir, confrontar-se
com o meu velho ser.
Uma luta sem graça,diária,cansativa e... dolorida.
Dolorida?
Sim.
Devo ceder, então, um não-ser para mim, e um ser-ninguém para o outro?
Não.
Não quero.Não desejo. Realmente e definitivamente,Não.
Não vale tudo por amor.
Porque tudo não é amor.
E o amor basta em si, em ser
somente
amor.