quinta-feira, 31 de julho de 2008

Ar

Caminho pelos seu lábios
só por caminhar
sem ter medo de parar
e ficar a te olhar
só por olhar...

Surpreendo-me com suas palavras
que passeiam sem medo de mostrar
o que você sente.

Uma borboleta tão pequenininha e linda
mas com fruto de semente madura
Olhos que riem
e boca que me prende
Assim...eu não sei por onde flutuo.

sábado, 26 de julho de 2008

Liberdade

“onde a vida é de sonhar, liberdade”. (Marcelo Camelo)

Com você eu vou
Para lugares até aonde a velhinha
Pode me olhar
Beijando você.

Com você me sindo mais segura
Me expondo mais.
Você tão corajoso me deixa mais forte
E mais covarde.
E eu vou te seguindo de braços dados
Até o mercado.

Depois da minha rua, te dou um abraço
De namorados.
Para os outros, grande amizade
Para nós:um peito estufado.

Grande exposição, falta de privacidade
Rejeição.
Na entrega, a luta pela minha liberdade.
Que é só minha...minha luta
De verdade.
Isto é o que sou.
O resto é dor, e medo
Dos outros.

Basta-me viver, o que posso viver
de carinho, e
amor.
Pedindo, para sempre,bis.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Desejos

Enquanto você vagueia pelos meu lábios
procurando meu ser
eu fico aqui
de olhos fechados
e sozinha.

Enquanto a onda briga com os grãos de areia
e se infiltra nelas
eu estou a te olhar
e a caminhar, enquanto me observas
ao longe, no calçadão.

Quero ter-te de novo
e esquecer o tempo em seus braços
enquanto achas meu corpo nu.

Quero...porque ainda te desejo
mesmo em nosso acordo indefinido
e impossível.

Porque as palavras frias me matam, aos poucos
e as medíocres não salientam nenhum desejo
em meu corpo vil cotidiano
Quero o calor de sua boca e sua palavras indignas
que meu corpo em febre
nem consegue agüentar.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Vazio

Queria poder chegar em você
Como chego em todos os outros.
E falar com você, só por falar
Sem querer ficar mais.
Queria que seu cheiro não ficasse em minhas roupas

e em minha memória.
Queria... entre todas as coisas
não temer mais.
Mas há muito tempo tenho visto,
Que nem tudo faz sentido.
Porque mesmo te querendo
Não confesso,o quanto sinto.
Paciência.
Um dia, eu aprendo com minha solidão
E prepotência
Que tudo que não fiz, foi uma grande perda de tempo.

sábado, 5 de julho de 2008

Procuras e perdas

No fundo, toda procura é uma ato solitário;
e a perda ou é fruto da necessidade ou da estupidez.
Nesta vida, quanto mais se aprende, mais se descobre que a felicidade não vem de fora. Ela estava começando a aprender essa lição, de tanto caminhar solitária pela sala.
Estava extremamente cansada,quando ouviu o portão se abrir. Desligou as luzes, e foi rapidamente até o quarto sem fazer barulho.Entrou debaixo do cobertor, e ficou lá, aparentemente dormindo. Aos poucos, o espaço foi ganhando um novo ruído, além da sua respiração. E a cama ficou com mais peso.
Ficou um bom tempo, sem ter coragem de virar seu corpo para vê-lo. Esperou até perceber que ele estava dormido. Então se virou, e pegou seu corpo docemente, como se fosse por direito seu. Um rio ganhou força, e saiu sem vontade pelos afluentes dos seus olhos. Nos cabelos do peito dele, ela ficou, e se perdeu coberta pelo cheiro do sexo da outra.
Porque o amava, se virou. E não o olhou mais. Dormiu.
Quando acordou, ele já tinha ido. Iria voltar, como sempre, para seu espaço garantido.
No amor deles havia estradas de mão única. E ela já estava cansada de ficar tantas vezes caminhando sozinha por elas, enquanto ele saia para o deserto à procura de outros caminhos.
No fundo, ela queria ser igual a ele. Conseguir esquecê-lo, nem que fosse uma vez. Ela ia tentar, precisava tentar. Era sua forma de se amar, negando-se, negando o seu amor. Talvez assim, conseguiria estar perto dele, sem julgá-lo novamente.
Tentou.
O primeiro passo, quase sem força, saiu por uma vontade inventada do caminho sólido, e pisou na areia sem forma. Ficou uma primeira pegada, e aos poucos, outras foram se formando.
Andou sem rumo, mas firme até que ouviu, um dia, ecos. Uma curiosidade brotou em seu peito e resolveu seguir, mesmo com medo, esses ecos...
A estrada ficou distante. E um dia, quando olhou para trás não a via mais.
Não ouvia mais o portão se abrindo.
E ele ficou só, com seu peso na cama.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Primeiro-Passo

"Um beijo doce numa suave pele pétala"

Para quê serve a rosa?
Para se conseguir outra rosa.
Para quê serve o beijo?
Para se manter a utopia de amar.
E a utopia?
Para se ter sempre algo a alcançar.
Para quê serve o amor?
Para aprender a viver.
Porquê eu quero você?
Para completar o meu ser.
E se eu tiver você?
O dia vai ter mais beleza em nascer.