segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

A chuva

A chuva cai lentamente, e aos poucos vai molhando meu rosto e meu corpo sentado no banco da praça. Meus cabelos secos vão se encharcando com o tempo, e subitamente tenho um ataque de espirros. Tenho guarda-chuva, mas agora não quero mais me proteger.
Depois do ataque, o riso. A felicidade resplandecendo dentro de mim.
Tudo novo.
Eu tenho saudades de você.
Só consigo lembrar de mim, sem você e com você. Da minha liberdade com seus abraços, de minha vontade de sorrir, e de como eu estava bem só, estando com você.
Antes...a vontade de chorar, a vontade de gritar, sufocado dentro de mim, enquanto meu rosto seco de lágrimas e mostrando serenidade passeava pelas ruas.
Meu quarto escuro e no silêncio, refletindo meu mundo, me protegendo de tudo, até dos meus medos.
Quando você apareceu, veio suave como a chuva que cai, me encontrou como a gota encontrava meu rosto. E aos poucos me invadiu, enquanto eu não tinha mais vontade de me proteger.
Quando eu estava com você, esquecia de nós.
Quando eu te beijava, esquecia do mundo.
Quando nossos corpos se encontravam, eu só queria você dentro de mim.
Eu ri.E meus dentes apareciam.
Eu chorei, e meu olhos respiravam.
Eu fui eu, estando com você.
Mas você precisou ir, sem saber quando voltava. Eu sigo feliz, mesmo com tua ausência.
Pensando nos tempos que tivemos...
Passeando sem tanta serenidade...gritando nos jardins cheio de rosas...correndo atrás das estrelas...caindo e se machucando e chorando.
Aprendi a ser feliz, te amando.
E enquanto você me conhecia, eu me descobria.
Tudo lentamente, como a gota que cai no meu corpo, me descobrindo.
Eu descobri você, no nosso tempo de amor.