quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Talvez

Hoje, eu constatei que serei a última de nossas histórias
A ficar.
Primeiro, os homens e depois as mulheres.
A mulher não devia ter a força de dar a vida e de ver a morte, do outro.
Meu sangue, meus sobrenomes morrem em mim.
Mas sangue nunca fora, a meu ver, motivo de origem.
Muito menos de esperança.
Meu propósito de vida: ser talvez uma ferramenta de construção
De alguém...
Olhar a vida das ruas, se cansar do mesmo e se irritar.
Ser riso dos cotidianos, achar que posso mudar.
Enquanto eu sustentar meu querer, não vou me sentir perdedora.
Talvez seja este meu objetivo: sustentar meu querer.
Talvez...
Talvez, não se incomodar tanto com o outro
Não ter remorsos.
O remorso é a própria constatação da sua incompetência de viver....com o outro
Ou pior...contigo mesmo.

E estar só é o maior desafio de não recair.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Encontro (Parte 1)

Primeiro o olhar...que infiltra a primeira vontade do desejo
Segundo o tempo de se tocar...que pulsa o peito e acorda o coração
Terceiro o toque das mãos... as maiores alianças
Quarto...o medo de se entregar...os poros se dilatando
Quinto a respiração quente
Sexto o último olhar...a primeira entrega
Sétimo os lábios molhados pela ansia das línguas
Oitavo o encaixe dos lábios
Nono o toque das línguas
Décimo o encontro dos troncos
...
A mão percorrendo as costelas
Sentindo os mamilos...uma leve passada...e um beijo mais ardente
A mão impacienta-se pelo corpo
A boca não se acomoda só nos outros lábios
O pescoço...
O cheiro da pele lisa tensa
Um beijo...e a língua caminhando a veia que pulsa
O corpo que treme...e começa a exalar desejo
O ambiente é cúmplice dos amantes
A mão aperta a bunda que não se acomoda no espaço da posse

As pernas estão molhadas...
Os dedos deixam cair o tecido que cobre o dorso
Os mamilos ficam livres e puros pedindo para serem saboreados
Pela boca ...