sexta-feira, 24 de julho de 2009

Não comeces

Não começa
com essa loucura desvairada
Não começa
com você eu não quero mais nada
que me prenda
que me amarre
que me agarre pela minha mão
e me rasgue sem dó, uma palavra, um sermão.
Não comece
que em você eu não acredito mais.
Não comece
que com você eu não vou nunca mais.
Não comece
que com você não quero amizade, irmandande
cansei de falso amor
cansei até da sacanagem
que furnicavamos tão bem.
Não comece
que não quero saber do que sentes.
Não comece
que amor não é essa loucura-dependência.
Não comece
que esse amor me assusta, me agride
vai contra mim
contra meus princípios
do que eu penso e sinto
que é o próprio amor.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Aprendendo a dizer ...

Entrou no espaço vermelho, fumaças e música suave.
Os risos eram mais altos, e cobriam a sintonia do lugar.
Liberdade era o lema desta casa.Liberdade e ...
Um palco pequeno e duas mulheres sobem nele.
Dançam, abrem as pernas, a calcinha fina preta fica a mostra.
Os risos aumentam, mas não há ridículos.
Sobem no colo, e fazem carinho a sua maneira.
Ali perde-se o medo de olhar.
Mania que fica para sempre.
Luxúria que escorre a veia.
Papo direto, desejo ardente, paixão nos olhos, tesão nos dedos...
Dança para mim?
Danço.
A cama é um grande palco.
Enfio a calcinha no cú, sem ninguém vê
E me despo dos meus pudores...aos poucos
Me viro de quatro, e percorro a parede
o chicote vem dos olhos.
Fica distante
Não posso tocar
Não Agora quem está mandando sou eu.
E quando eu vou mandar Quando eu te avisar
Tiro o sutiã, minhas costas fica lisa. E a calcinha preta continua enfiada
Posso tocar nas suas costas Não

Vamos ver se vocÊ sabe beijar
Beijar pelas costas?
quem não sabe beijar um corpo não sabe beijar um boca
Quem falou isso?
Eu.
E você sabe sobre todos os beijos?
Sei dos beijos sobre meu corpo.Comece.

domingo, 5 de julho de 2009

Quantas vezes te falei...

A luz vermelha encobre a sala. Cigarro sobre o tapete e a boca avermelhada.
Vinho nas taças e um olhar endereçado.
Frases, risos e tragadas.
Sim, eu estou a olhar você.
Não tem medo de ocultar, não porque ter medo de fingir.
Foda-se o quê os outros pensavam.
Não era santa, beijava muitos.
Mas sempre tinha um primeiro olhar, para a mesma pessoa.
Sempre.
Os olhares se encontravam, e o jogo começava.
Vamos dançar tango?
Já estamos pelos olhos.
A dança reludiu no mar da noite.
Quem vê? Eu não sei.
Não vejo mais ninguém no salão.
A minha dança é em par.