terça-feira, 6 de abril de 2010

Saída

As mesmas coisas de sempre
passam na televisão:calamidades, choros, mortes e sofrimento.
O tempo passa e as minhas percepções sobre esse assuntos
vão mudando e se movendo
como batidas de asas ao vento.
Cansa não ser mais a mesma.
Ser infiltrada por uma carga de novas informações
novas manipulações
novos conhecimentos.
A criança cresceu com saudades.
Quando mudamos sem percebermos?
Nunca imaginei que atitudes tinham tamanha consequencia.
Em algum momento me falaram.
Em algum momento eu ouvi.
Mas não sei porque ainda,hoje, me surpreendo.
Mais uma morte vejo agora.
E não tem nada a ver com corpos deixados na estrada
após um desabamento.
A morte homeopática
cresce da esperança que vai se esvaindo
facilmente pelo ralo.
As mesmas coisas de sempre.
As mesmas desculpas.
A necessidade que se tornou irresponsabilidade.
Ai, que frase falada com facilidade.
Frase que circunda e se espalha sem dor, sem sofrimento, sem morte, sem nada.
Desculpas.
Quantas desculpas.
E do outro lado quanto medo.
Não foi culpa sua. Você fez tudo o que podia.
Vozes saídas do povo para aqueles que morreram hoje, ao ter a chance de viver novamente,agora sozinho.
E do outro lado, se pergunta sobre as máquinas, sobre nossa tecnologia de ponta
que vai além de Marte.
Sem respostas.
Silêncio ou baboseiras.
Ninguém fala realmente uma resposta.
Mas respostas não vão preencher o vazio que se encontra caminhando pelos abrigos.
E há ainda quem diz que a culpa é da necessidade que se tornou irresponsabilidade.
Outros perguntam e oram para "aquele" que Nitzsche tentou matar um dia.
Não morreu, eu respondo.
Não pela catástrofe que ocorreu.
Não morreu, porque ainda precisamos de respostas que o homem não consegue dá.

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